
Escritor de Tecnologia AP (AP) — O Procurador Geral de Novo México entrou com um processo contra a empresa por trás do Snapchat, alegando que o design e as políticas do site fomentam o compartilhamento de material de abuso sexual infantil e facilitam a exploração sexual infantil.
O Procurador Geral Raúl Torrez entrou com o processo contra a Snap Inc. na quinta-feira em um tribunal estadual em Santa Fe. Além do abuso sexual, o processo alega que a empresa também promove abertamente o tráfico de crianças, drogas e armas.
Em dezembro passado, Torrez entrou com uma ação legal semelhante contra a Meta, a empresa-mãe do Instagram e do Facebook, dizendo que permite que predadores troquem pornografia infantil e solicitem menores para sexo em suas plataformas. Essa ação está pendente.
Os recursos de design prejudiciais do Snap criam um ambiente onde os predadores podem facilmente visar crianças através de esquemas de extorsão sexual e outras formas de abuso sexual,” disse Torrez em um comunicado. Extorsão sexual, ou sextorsão, envolve persuadir uma pessoa a enviar fotos explícitas online e depois ameaçar tornar as imagens públicas a menos que a vítima pague dinheiro ou se envolva em favores sexuais.
"O Snap enganou os usuários, fazendo-os acreditar que fotos e vídeos enviados em sua plataforma desaparecerão, mas os predadores podem capturar permanentemente esse conteúdo e criaram um álbum de fotos sexuais de crianças que são trocadas, vendidas e armazenadas indefinidamente," disse Torres.
Em um comunicado, o Snap disse que compartilha as preocupações de Torrez e do público sobre a segurança online dos jovens.
"Entendemos que as ameaças online continuam a evoluir e continuaremos a trabalhar diligentemente para abordar essas questões críticas," disse a empresa sediada em Santa Mônica, Califórnia. Investimos centenas de milhões de dólares em nossas equipes de confiança e segurança ao longo dos últimos anos e projetamos nosso serviço para promover a segurança online através da moderação de conteúdo e da habilitação de mensagens diretas com amigos e familiares próximos."
De acordo com a queixa, os menores relatam ter mais interações sexuais online no Snapchat do que em qualquer outra plataforma, e mais vítimas de tráfico sexual são recrutadas no Snapchat do que em qualquer outra plataforma.
Antes do processo, Novo México realizou uma investigação secreta de vários meses sobre imagens de abuso sexual infantil no Snapchat. Segundo o comunicado de Torrez, a investigação revelou uma "vasta rede de sites dark web dedicados a compartilhar imagens sexuais roubadas e não consensuais do Snap," encontrando mais de 10.000 registros relacionados ao Snap e material de abuso sexual infantil no último ano. Isso inclui informações relacionadas a menores de 13 anos sendo sexualmente agredidos.
Como parte da investigação secreta, o departamento de justiça de Novo México criou uma conta falsa do Snapchat para uma jovem de 14 anos chamada Heather, que encontrou e trocou mensagens com contas com nomes como "child.rape" e "pedo_lover10." O Snapchat, afirma o processo, "foi de longe a maior fonte de imagens e vídeos entre os sites dark web investigados." Os investigadores também encontraram contas do Snapchat que circulavam e vendiam abuso infantil imagens diretamente na plataforma.