Alibaba confirma acordo com a Apple trazendo recursos de IA para iPhones na China

Na quinta-feira, a Alibaba confirmou relatos recentes de uma parceria com a Apple que está prevista para trazer recursos de IA para iPhones vendidos na China. O acordo é importante para a Apple, uma vez que as vendas do iPhone despencaram no maior mercado de smartphones do mundo. Segundo o último relatório de ganhos da Apple, o aparelho teve uma queda de 11% em relação ao ano anterior na China.

A Apple "conversou com várias empresas na China", afirmou o presidente da Alibaba, Joseph Tsai, durante a Cúpula Mundial do Governo de Dubai. "No final, eles escolheram fazer negócios conosco. Eles querem usar nossa IA para potencializar seus telefones. Estamos extremamente honrados em fazer negócios com uma grande empresa como a Apple."

De acordo com relatos, o acordo anterior da Apple com a Baidu da China foi atormentado por problemas na adaptação da oferta de IA do gigante de buscas. Acredita-se também que a Apple tenha explorado parcerias com a ByteDance e a DeepSeek antes de se decidir pela Alibaba. Esses tipos de parcerias são essenciais para empresas dos EUA como a Apple, à medida que buscam aprovação regulatória na China. Tanto a Alibaba quanto a Apple teriam enviado materiais relevantes às autoridades locais.

Antes da última teleconferência de ganhos da empresa, o CEO Tim Cook citou a ausência do Apple Intelligence, a solução de IA generativa interna da empresa, como um fator contribuinte para a desaceleração das vendas internacionais.

"Durante o trimestre de dezembro, vimos que nos mercados onde lançamos o Apple Intelligence, o desempenho ano a ano no iPhone 16 foi mais forte do que nos mercados em que não lançamos o Apple Intelligence", disse o executivo à CNBC.

A empresa apostou no Apple Intelligence para impulsionar o próximo grande "super ciclo" do iPhone - termo que se refere a um aumento dramático nas vendas de dispositivos. A velocidade e estratégia da Apple na implementação de sua própria solução de IA generativa prejudicaram seu crescimento, já que o Google continua a lançar novos recursos do Gemini por meio de telefones Samsung, dispositivos Pixel e várias outras ofertas Android.

A crescente concorrência doméstica também impactou a participação de mercado da Apple na China. Vivo liderou no quarto trimestre do ano passado, com 17% do mercado, segundo dados da empresa de pesquisa Canalys. Huawei, que viu um grande ressurgimento após sanções da primeira administração Trump, aumentou os envios em 37% ano a ano, conquistando um segundo lugar com 16% de participação de mercado. A Apple, que comandava 24% do mercado no mesmo período do ano passado, caiu para 15%, empatando em terceiro lugar com Xiaomi e Oppo.

A Apple está contando com o acordo com a Alibaba para ajudar a recuperar parte desse mercado, mas mesmo se a parceria passar pela escrutínio regulatório, o futuro da Apple na China não é claro. Tarifas e tensões comerciais provavelmente continuarão impactando as vendas no mercado-chave.

A empresa vem notadamente se aproximando de Donald Trump durante o segundo mandato do presidente. Cook doou US$ 1 milhão ao comitê inaugural de Trump em janeiro. Mais recentemente, a Apple seguiu o exemplo do Google ao mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América em seu aplicativo de mapas.

O TechCrunch entrou em contato com a Apple para comentar sobre o acordo com a Alibaba.